Nationalhymne
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987)
aus: Sumpf der Seelen (1930 – 1934)
Wir müssen Brasilien entdecken!
Versteckt hinter Wäldern,
dazwischen das Wasser der Flüsse,
schläft Brasilien, das ärmste.
Wir müssen Brasilien kolonialisieren.
Wir müssen Brasilien erziehen.
Wir werden Lehrer kaufen und Bücher,
wir werden uns feine Kulturen zu eigen machen,
wir werden Dancings eröffnen und die Eliten subventionieren.
Zu diesem Zweck werden wir hochblonde Französinnen
mit zarter Haut einführen, fette Deutsche, nostalgische Russinnen als Garçonetten der Nachtlokale. Es werden hundetreue Syrerinnen kommen. Es empfiehlt sich die Japanerinnen nicht zu verachten . . .
Wir müssen Brasilien preisen.
Es ist nicht nur ein Land ohnegleichen.
Unsere Revolutionen sind viel größer als irgendwelche anderen;
unsere Irrtümer ebenfalls.
Und unsere Tugenden?
Das Land der erhabenen
Leidenschaften . . .Die unbeschreiblichen Amazonasströme . . .
die unglaublichen João Pessoas . . .
Wir müssen Brasilien anbeten!
Obwohl schwerlich soviel Ozean und soviel Einsamkeit
ins arme Herz passt, das schon so viele Verpflichtungen hat . . .
obwohl es schwer verständlich ist was diese Männer wollen,
weshalb sie sich zusammenfanden und was der Grund für
ihre Leiden ist.
Wir müssen, müssen Brasilien vergessen!
So majestätisch, so grenzenlos, so ungereimt,
will es ausruhen von unserer schrecklichen Zärtlichkeit.
Brasilien will uns nicht! Es hat uns satt!
Unser Brasilien ist in der anderen Welt. Dieses ist nicht Brasilien!
Kein Brasilien existiert. Existieren etwa die Brasilianer?
Hino Nacional
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987)
Origem: Brejo das Almas (1930 – 1934)
Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado.
Precisamos colonizar o Brasil.
O que faremos importando francesas
muito louras, de pele macia,
alemãs gordas, russas nostálgicas para
garçonnettes dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonesas.
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos dancings e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões…
os Amazonas inenarráveis… os incríveis João-Pessoas…
Precisamos adorar o Brasil.
Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta solidão
no pobre coração já cheio de compromissos…
se bem que seja difícil compreender o que querem esses homens,
por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?