
O Brasil sempre foi muito importante para a Alemanha, em todas as suas formações políticas. E a Alemanha sempre faz o papel dela com excelência. O Brasil a tem servido de reserva de sub-solo e de extensão de seu mercado interno, justamente como o Brasil sempre aceitou ser.
A Alemanha precisa de países ricos em matéria-prima, mas fraco em ambição e por isso incompetente em se auto-desenvolver, assim como o Brasil o é. Com toda a grandeza que ele naturalmente possui, ele mesmo poucas vêzes possuiu liderança política que soubesse transformar seus potenciais de desenvolvimento econômico em prol de seu povo como um todo. Com a chegada de Bolsonaro ao poder e com a sua política de Brasil em primeiro lugar em prática, a Alemanha intervém nos moldes de sempre para lhe transformar em um demônio, pois é assim que ela o vê.
Hoje os cavaleiros teutônicos da Alemanha são muitos dos brasileiros descendentes de alemães e bem situados em cargos públicos e privados que lhes permitem ter poderes de decisões importantes, dos alemães residentes no Brasil, toda a mídia alemã sediada no Brasil, as ONGs alemães, etc.. Eles formam um poder desconhecido pela vasta maioria dos brasileiros. Mas já era assim que a Alemanha, na forma do sacro império romano das nações germânicas, agia na Idade Média quando se tratava de expandir seu território ou seu poder de influência. E isso tudo não pode ser visto como negativo. O mundo, inclusive o mundo de hoje, funciona melhor para aquele país que sabe o que quer, como alcançar e desenvolver os meios para tanto. O Brasil sempre quis ser subserviente e precisou de país como a Alemanha para estar nesta situação em que se encontra. A Alemanha nunca joga para perder.
No anos de 1892, no mercado da cidade de Jena, no leste da Alemanha, Bismarck obteve honras e palavras de adorações de organizações estudantis da Universidade de Jena e lhes agradeceu falando o seguinte: “Toda a vida consiste em luta: “Sem luta não há vida, e se quisermos continuar vivendo, devemos estar preparados para novas lutas.” Um pouco mais adiante na palestra, ele disse: “Deus não deixará nenhum alemão perecer, muito menos a Alemanha.” Mais tarde, com o passar do tempo e a Alemanha cada vêz mais ambiciosa, a frase se tornou popular na época: A seguinte frase que foi retirada de um discurso do então professor da universidade de Berlim, Friedrich Meinecke, quando do início da I guerra mundial, resume bem o o espírito alemão de outrora e da atualidade: “A história mundial agora exige um novo e mais elevado tipo de povo mundial (Weltvolk). É isto que queremos tornar-nos, um povo mundial de poder e sentimento, capaz de nos organizarmos e, ao mesmo tempo, vibrantemente rico em indivíduos.”…”Se não temos um Bismarck, cada um de nós precisa ser um pouco de Bismarck.” Assim pensam e agem os alemães e assim agirão em qualquer situação de conquista para não perderem força e poder de influência no mundo.
As raízes dos poderes de influência alemães estão muito mais entranhados nas profundezas do mundo acadêmico, da indústria e comércio e suas federações, da política e outras atividades dos três poderes da democracia do Brasil do que ousa-se querer enxergar no Brasil.
Bolsonaro ou qualquer outro político brasileiro que ouse enfraquecer a rede de influência alemã dentro do Brasil, será combatido fortemente, até ele perder o fôlego. A arma mais forte da Alemanha nem mesmo é seu território, suas empresas e suas instituições, apesar deles também serem muito importantes. Mas a maior força dos alemães e em quase todo corpo com sangue alemão está na germanidade, ou seja, no Deutschtum dentro de cada um deles. Os alemães não precisam de um território para estarem unidos em torno do fortalecimento daquilo que é alemão.
Dois recentes artigos numa das mais renomadas revistas alemães: Der Spiegel. As fotos do presidente brasileiro que acompanham as matérias não foram publicadas aqui, mas podem ser vista na matéria original.
“Ele inflama e espalha notícias falsas nas redes sociais que colocam em dúvida o funcionamento legítimo da urna eletrônica. Muitos acreditam que Bolsonaro está se preparando, caso perca a eleição.” Der Spiegel, 16.07.2022.
“Quanto mais apertado o resultado da eleição, muitos acreditam, maior a probabilidade de que partes dos militares cortejados por Bolsonaro possam apoiar uma tentativa de golpe do presidente”. Der Spiegel, 16.07.2022.
Noutra matéria da revista alemã Der Spiegel do dia 01.05.2022 onde também estapam uma foto do chefe do executivo federal brasileiro, lê-se o seguinte:

Abaixo a tradução do texto supra citado:
“A morte da democracia“
“A conspiração de Bolsonaro
A Suprema Corte do Brasil condenou o deputado de direita Daniel Silveira a uma longa pena de prisão, e no dia seguinte Jair Bolsonaro perdoou o homem. O que o presidente quer dizer com isso?“
Mais adiante nesta mesma matéria lê-se ainda: “Bolsonaro está testando a resiliência do Estado de Direito“
O jornalista afirma então o seguinte: “Nesse sentido, escreveu a conhecida colunista Miriam Leitão, o decreto agora parece “mais um capítulo no roteiro de sua conspiração autoritária”.” Então ele alfineta o chefe do executivo brasileiro: “Ao impor sua vontade a uma instituição independente, Bolsonaro está testando a resiliência do Estado de Direito. Ele força seus limites. É disso que se trata o perdão para o desprezador da democracia Daniel Silveira.”
Mais adiante o autor da matéria escreve: “Como a maioria dos apoiadores de Bolsonaro, Silveira visava principalmente o Supremo Tribunal Federal, que regularmente derruba os decretos do presidente porque estes sobrecarregam demais a Constituição. Além disso, os mesmos juízes que absolveram o adversário de esquerda de Bolsonaro, Lula da Silva, das acusações de corrupção no ano passado, estão investigando uma cena de blogueiros de extrema direita que estão inundando as redes sociais com ódio e notícias falsas.“
Os títulos dos sub-textos desta matéria objetivam uma geopolítica informacional para contribuir para o retorno do antigo partido e seu líder (PT e Lula).
Bolsonaro lebt von der Fehde (Bolsonaro vive da rixa), afirma o autor desta matéria no Der Spiegel do dia 01.05.2022.
O autor da matéria da revista Der Spiegel finaliza um texto que contém um exemplo que ele usa para justificar sua afirmação de que Bolsonaro vive de rixa: “...Ele prospera em brigas e conflitos abertos, e é também por isso que é improvável que ele se modere no futuro“.
Então ele encerra sua tendenciosa matéria da seguinte maneira:
“Desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2019, os militares fazem parte de sua assessoria. Eles se sentam em cadeiras ministeriais e nos centros de controle das autoridades estatais. Muitos desses homens, que desapareceram da vida pública após o fim da ditadura, agora estão de volta. Eles têm algo a perder novamente, e isso não significa as montanhas de Viagra ou todas as próteses penianas que o exército, segundo a mídia, adquiriu às custas do Estado no ano passado. Algumas dessas pessoas, informaram também os jornais, assessoraram Bolsonaro na redação de seu decreto na semana passada. De que lado estão? Eles ficariam parados e veriam um golpe acontecer na frente de todos? Ou é mesmo o que muitos querem?”
Escrevendo desta maneira para o público de língua alemã na Alemanha, Suiça, Áustria, etc. é trabalhar a cabeça dos leitores de todas as camadas sociais, inclusive a cabeça dos políticos alemães, sem levar em conta o contexto real da situação de vida dos brasileiros entre 2003 e 2018. Esqueceram de propósito o sofrimento dos brasileiros nos hospitais públicos, os terríveis assassinatos nas ruas, os diversos escândalos de corrupção envolvendo até mesmo empresas alemães (escândalo do metrô de São Paulo), os processos contra boa parte dos membros do congresso nacional, etc..
Na concorrência geo-politico-economica internacional, a fascinação de políticos e da mídia alemães por valores altos e altíssimos (auf Werte basierende Politik?) que forçosamente tentam impor aos seus parceiros, faz parte de sua tradição política, juntamente com os esforços de demonizar todos aqueles que ela considera como inimigos do seu povo e estado. Ela mesma é mestre em desrespeitar os valores que propaga.
A Alemanha de tudo tem feito para demonizar o presidente do Brasil, este que foi escolhido democraticamente pelo povo brasileiro. Ao contrário da Alemanha, cujo chanceler não foi escolhido por uma absoluta maioria e por isso precisa governar em coalisão, no Brasil o presidente Bolsonaro foi escolhido por uma esmagadora maioria. Apesar dos seus defeitos, ele ainda foi a melhor opção ao Lula.
O grande problema da Alemanha é que sua politica comete o mesmo erro de forma repetida, ou seja, ela usa sua mentalidade prussa, seu poder econômico e político como parceiro maior dos EUA na Europa para interferir nos assuntos internos de outros países no sentido de moldar suas evoluções políticas a seu gosto. Ela se esquece que a geopolítica mundial está mudando, que a história que se escreve nunca é esquecida e que a parceria com os EUA se tornará cada vêz mais frágil no momento em que a Alemanha se torna obsoleta economicamente. Claro, ate mesmo a Alemanha deixou fortes parceiros de lado, por exemplo a Turquia (antigo império osmano), quando ela encontrou parceiros melhores.
Mas os tempos mudaram e a auto-estima do povo brasileiro está se elevando. Tal mudança veio da base popular e não do colo dos partidos e das organizações empresariais, de “combate à pobreza”, de lobbistas, etc. que lucravam com suas influências na política brasileira.
E Deus se lembrou que também é brasileiro
Pela primeira vêz, desde que Deus ajudou a estabelecer as fronteiras do Brasil, temos a impressão de que o Deus judeu feito cristo, juntamente com todas as divindades afro-brasileiras – todos eles habitantes do céu brasileiro – finalmente reconheceram que o povo brasileiro passou a lutar seriamente pelo seu próprio destino, merecendo assim, a ajuda divina na construção do Brasil com seus próprios recursos e negociando como o grande e rico país que ele é, com a devida auto-estima nacional, suas condições econômicas, sem causar pobreza a nenhum outro país. E talvêz por isso mesmo talvêz sirva de exemplo de evolução econômica e política exemplar ao mundo.
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Fontes literárias
Meinecke, Friedrich. Die deutsche Erhebung von 1914: Vorträge und Aufsätze. Die deutsche Erebunh von 1830, 1848, 1870 und 1914.15. edição, 1915.
Marcks, Erich. Männer und Zeiten; Aufsätze und Reden zur neueren Geschichte. Tomo II. 4. edição, 1916.
Understanding the Emerging Era of International Competition: Theoretical and Historical Perspectives. Mazarr, Michael J./Blake, Jonathan S./Casey, Abigail/McDonald, Tim/Pezard, Stephanie/Spirtas, Michael (eds.) (2018). Santa Monica: RAND Corporation.
Der Spiegel, 16.07.2022. Autor: Marian Blasberg, Rio de Janeiro. Link>>>